Filosofia nazista

A história da ideologia do nazismo é longa e envolve muitas fontes, todas elas o caracterizado como extrema-direita.[1] Os nazistas se inspiraram desde os espartanos por seu foco na pureza racial e sua ênfase no governo de uma minoria de elite. Também foi conectado aos ideais de Platão, embora existam diferenças fundamentais. Na Itália, o fascismo se intitulou sucessor ideológico de Roma, particularmente do Império Romano. O conceito da era iluminista de uma cultura ariana "alta e nobre", em oposição a uma cultura semítica "parasita", era o centro das visões raciais fascistas. Da mesma época, a visão de Georg Wilhelm Friedrich Hegel sobre a autoridade absoluta do Estado também influenciou fortemente o pensamento do fascismo, sendo que segundo Ludwig von Mises, o hegelianismo de direita irá gerar o nazismo.[2] A Revolução Francesa foi uma grande influência na medida em que os fascistas viram-se lutando contra muitas das ideias que trouxe à proeminência, especialmente liberalismo, democracia liberal e igualdade racial, enquanto, por outro lado, o fascismo se baseou fortemente no ideal revolucionário do nacionalismo. Temas comuns entre os movimentos do fascismo incluem; nacionalismo (incluindo nacionalismo racial), hierarquia e elitismo, militarismo, quase-religião, masculinidade e voluntarismo. Outros aspectos do fascismo, como seu "mito da decadência", anti-igualitarismo e totalitarismo, podem ser vistos como originários dessas ideias. Esses aspectos fundamentais, no entanto, podem ser atribuídos a um conceito conhecido como "ultranacionalismo palingenético", uma teoria proposta por Roger Griffin, segundo a qual o nazismo é essencialmente um ultranacionalismo populista sacralizado pelo mito do renascimento e regeneração nacional. O fascismo influenciou a primeira onda conservadora do GOP dos EUA no século XX,[3] e foi influenciado pela teoria de Leo Strauss[4] e o Vilfredo Pareto, este considerado pelos acadêmicos como o Karl Marx do fascismo.[5] No século XXI, o conhecimento é trabalhado na internet por organizações totalitárias como a NSA.[6] A ideologia da desigualdade social aperfeiçoada por esta filosofia perdura até século XXI.[7][8] O Alfred Rosenberg se inspirou em Lothrop Stoddard para falar sobre a ameaça do Untermensch no seu livro O Mito do Século XX além de afirmar que os Estados Unidos eram o país do futuro, sendo que já tinha visitado a Alemanha e foi elogiado pelos presidentes Herbert Hoover e Warren G. Harding por este tipo de assertiva.[9][10][11][12][13][14] O Martin Heidegger foi um dos primeiros a converter a doutrina do neoconservadorismo no neoliberalismo.[15][16]

Sua relação com outras ideologias de seus dias era complexa, muitas vezes ao mesmo tempo contraditória e focada em cooptar seus aspectos mais populares. Os nazis apoiavam direitos limitados de propriedade privada e o lucro do capitalismo, mas procuravam eliminar a autonomia do capitalismo em larga escala consolidando o poder com o Estado. Eles compartilhavam muitos objetivos e frequentemente se aliavam aos conservadores de seus dias e, muitas vezes, recrutados de fileiras conservadoras descontentes, mas se apresentavam como detentores de uma ideologia mais moderna, com menos foco em coisas como a religião tradicional. O nazismo se opunha ao igualitarismo (Völkisch) e a esquerda progressista. Hitler se opunha fortemente a liberal democracia e o liberalismo clássico, ao comunismo, ao que ele chamava de "reacionários" (como os monarquistas) e a esquerda política (em especial os sociais democratas). Enquanto muitos autores consideram que classificar Hitler como de esquerda seja um negacionismo,[17][18] existe um consenso de que todas as formas de fascismo foram regimes de direita.[19][20][21][22] O nazismo é deveras classificado como uma filosofia revolucionária de cunho golpista pela esmagadora maioria do meio acadêmico.[23]

  1. Tucker, Jeffrey. «Fascism Is Not Just an Epithet. It Is an Ideology.». Liberty.me. Arquivado do original em 28 de dezembro de 2018 
  2. Mises, Ludwig von (2016). O Livre Mercado E Seus Inimigos: Pseudociência, Socialismo e Inflação. [S.l.: s.n.] [falta página]
  3. «Seven Decades of Nazi Collaboration: America's Dirty Little Ukraine Secret». Foreign Policy In Focus (em inglês). 18 de março de 2014. Consultado em 16 de setembro de 2021 
  4. Safty, Adel (19 de junho de 2006). «All the president's men and their fascist minds» (em inglês). Gulf News. Consultado em 1 de julho de 2014. Arquivado do original em 21 de fevereiro de 2012 
  5. Alexander, James. «Vilfredo Pareto: The Karl Marx of Fascism». Racial Nationalist Library (em inglês). Consultado em 12 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 26 de agosto de 2003 
  6. Spannos, Chris. «Mass Surveillance and "Smart Totalitarianism"». TruthOut (em inglês). Consultado em 16 de setembro de 2021 
  7. Zuesse 2013.
  8. Zuesse 2014.
  9. Stoddard 1922[falta página]
  10. Stoddard 1925[falta página]
  11. Losurdo, Domenico (2004). «Towards a Critique of the Category of Totalitarianism» (PDF). Brill. Historical Materialism (2): 25-55. ISSN 1465-4466. doi:10.1163/1569206041551663. Consultado em 4 de março de 2018 
  12. Rosenberg, Alfred (1930). Der Mythus Des 20. Jahrhunderts (em alemão). [S.l.]: Hoheneichen 
  13. Spengler 1923a[falta página]
  14. Spengler 1933[falta página]
  15. Scheuerman, William (8 de dezembro de 2018). Zalta, Edward N., ed. The Stanford Encyclopedia of Philosophy. [S.l.]: Metaphysics Research Lab, Stanford University – via Stanford Encyclopedia of Philosophy 
  16. Oltermann, Philip (13 de março de 2014). «Heidegger's 'black notebooks' reveal antisemitism at core of his philosophy». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  17. VIDAL-NAQUET, Pierre. Os assassinos da memória: ‘Um Eichmann de papel’ e outros ensaios sobre o revisionismo. São Paulo: Papirus, 1988.
  18. LIPSTADT, Deborah. Denying the Holocaust: The growing assault on Truth and Memory. New York: The free Press, 1993.
  19. MANN, Michael. Fascistas. Rio de Janeiro, Record, 2004
  20. LEFORT, Claude. A invenção democrática: Os limites da dominação totalitária. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
  21. KERSHAW, Ian. The ‘Hitler Myth’: Image and reality in the Third Reich. New York: Oxford University Press, 2001.
  22. EVANS, Richard J. A chegada do Terceiro Reich. 2ª edição, São Paulo: Planeta, 2014 _______________. O Terceiro Reich no poder. 2ª edição, São Paulo: Planeta, 2014. _______________. O Terceiro Reich em guerra. 2ª edição, São Paulo: Planeta, 2014.
  23. ARENDT, Hanna. Sobre a Revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

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